Namoro de Aluguel romance Capítulo 7

Lana foi abrindo os olhos aos poucos para ir se acostumando com aquela claridade. Era obvio que não estava em sua casa. Não tinha morrido, pois a julgar pelo ambiente estava em um hospital. Quando abriu os olhos por completo viu sua irmã deitada dormindo no sofá cama e seu irmão sentado ao seu lado em uma poltrona folheando uma revista.

- Gael... - Sussurrou a garota chamando a atenção do seu irmão.

- Lana, você acordou. - Disse largando a revista e pegando na mão da sua irmã. - Como se sente?

- Sonolenta. - Disse a garota. - Minha boca só tem gosto de remédio.

- É normal. - Mais tranquilo vendo sua irmã acordada. - Deve ser o efeito dos remédios.

- Lana? - Você acordou. - Disse sua irmã acordando e levantando apressada para perto dela. - Fiquei tão preocupada.

- Estou bem. - Falou por fim.

- Não, não está. Você nos deu um susto. - Falou sua irmã com lágrimas nos olhos. - Por um instante pensei ter perdido você...

- Ei, está tudo bem agora. - Disse seu irmão tentando acalmar sua irmã caçula.- Que tal ir avisar ao médico que a nossa irmã acordou hein? - Pediu seu irmão.

- Tá. Eu vou, mas não pense que acredito que está tudo bem porque sei que não está. - Falou indo em direção a porta. - Quando eu voltar quero saber de tudo, ouviu?

- Não começarei a dizer nenhuma palavra até você voltar. - Disse Lana cruzando os dedos.

- Ela entrou em pânico de verdade Lana. - Disse seu irmão após um momento em silêncio. - Pensei que não fosse sair do choque em que entrou assim que a viu deitada no chão.

- Eu sinto muito. - Falou sem conseguir olhar para seu irmão. - Sei que prometi não fazer isso de novo, mas...

- Eu sei que sente. - Disse se calando e entrelaçando os dedos de sua mão com os da sua irmã.

- A mamãe...

- Não contei. - Disse quebrando o silêncio. - Não achei prudente. Pelo menos até você acordar e decidir se contaria ou não.

- Obrigada. - Disse vendo sua irmã entrar com o médico.

- Olá senhorita Lana, que bom que acordou. - Disse o médico se aproximando da cama. - Como se sente? - Perguntou examinando seus olhos.

- Estou bem. Um pouco nauseada, mas estou bem.

- É normal, por causa do efeito dos remédios. - Respondeu fazendo algumas anotações em uma prancheta. - Recomendei ao seu irmão e vou falar diretamente com a senhorita, sabe que sua tentativa de suicídio requer um acompanhamento psicológico não sabe? - Falou percebendo o constrangimento da sua paciente. - Temos um especialista de plantão nesse momento, deseja vê-lo?

- Não. - Respondeu convicta. - Eu só quero ir embora, se já estiver liberada.

- Eu entendo perfeitamente mas sabe que...

- Eu entendo que se não morri e estou bem, preciso sair desse hospital o quanto antes se não se importa Doutor.

- Ket – Reclamou Carolyne pela grosseria. - Desculpa Doutor.

- Está tudo bem. - Respondeu o médico sem receios. - Já estou acostumado. - Sendo assim, vou lhe dá alta com uma recomendação de que procure alguém para conversar e que por enquanto não fique sozinha. - Disse olhando para seus irmãos.

- Tudo bem doutor, obrigada. - Falou Gael apertando a mão do médico.

- Quanto tempo fiquei apagada? - Perguntou Lana curiosa.

- Algumas horas apenas. - Respondeu Carolyne.

- Vamos para casa. - Disse Gael.

- Tome, trouxe para você de uma lojinha aqui do hospital. As suas roupas estavam com....

- Está tudo bem Carol. - Disse Gael preocupado com sua irmã.

- Ah Ket. - Disse abraçando sua irmã. - Eu tive tanto medo que tivesse morrido. Por que fez isso?

- Eu estou aqui Carol, não vou a lugar nenhum por enquanto. - Disse retribuindo o abraço. - Vamos para casa por favor.

Ao descer do táxi e olhar para seu prédio, Lana não pôde deixar de sentir uma grande tristeza em seu coração. Viu alguns moradores saírem e olharem para ela e cochicharem entre si algo que ela sabia que era referente a briga de logo cedo. Entrou com seus irmãos e sequer olhou para o porteiro, indo direto para o elevador.

Ao chegar em casa, estancou no meio da sala com a bagunça e o sangue misturado ao vinho espalhado por todo o apartamento. Seus irmãos fecharam a porta e ficaram esperando sem saber o que dizer. Gael correu para ampará-la assim que a viu desmoronar no sofá e chorar.

- Ei, calma. Shiii! Eu estou aqui. - Disse seu irmão a abraçando forte. - Estamos aqui.

- Isso mesmo irmã. - Falou Carolyne se ajoelhando aos seus pés. - Estamos aqui.

- Ele me traiu. - Disse Lana após um tempo chorando. - Ele estava me traindo há seis meses com a recepcionista.

- Aquele desgraçado. - Disse Carolyne se levantando. - Então, por isso que ele não está aqui e também não consegui falar com ele quanto tentei ligar. - Disse se calando ao ver o olhar de repreensão do irmão pedindo para ela se calar.

- Eu os peguei aqui em casa na nossa cama. Eles estavam transando na nossa cama Gael. - Falou o abraçando e chorando por um bom tempo até as lágrimas pararem de cair.

- Tudo bem, pode chorar, eu estou aqui. - Falou a abraçando ainda mais forte. - Eu estou aqui. - Disse segurando a raiva por sua irmã está sofrendo daquele jeito.

Carolyne foi até a cozinha pegar um copo de água para sua irmã, mas desistiu. No seu lugar trouxe um copo de conhaque junto com uma garrafa aberta em cima do balcão.

- Tome aqui. Beba isto.

- Carolyne, a Lana acabou de sair do hospital e está sob efeito dos remédios. - Repreendeu Gael. - Não acho que bebida vá resolver nesse momento.

- Não, não vai, tem razão, eu bebo por ela. - com raiva.

- Não. Tudo bem! Eu também quero. – Falou tomando um gole do conhaque. – Eu não quero que a mamãe ou qualquer pessoa saiba do que aconteceu. Entenderam? – Indagou virando a dose pela garganta.

- Ótimo. - Falou enchendo o copo da irmã. - Então, beba isto que vai esquentar o seu corpo igual quando morava na Irlanda. – A fazendo virar o copo outra vez. Amanhã você acorda com ressaca, mas pelo menos dorme sem pesadelos. Disse bebendo uma dose também para espanto do seu irmão. - O que vamos fazer agora? Castrar o Gregory? Porque o Gael pode fazer isso se quiser. Tocar fogo no cabelo da sua amante que deve ser horrível por sinal?

- Eu não acho que isso vá resolver alguma coisa. - Falou seu irmão não vendo lógica no que a irmã estava falando.

- Podemos fazer o que você quiser Lana. É só pedir. - Disse sua irmã sentando ao seu lado e a olhando com carinho.

Ambos ficaram em silêncio por um tempo até ouvir um telefone tocar em algum lugar da sala. Carolyne levantou para o procurar e escutou o barulho vindo da bolsa de sua irmã caído atrás do sofá. Era o Gregory que já tinha ligado umas 200 vezes.

- Esse desgraçado agora criou coragem? Eu vou atender esse telefone e dizer umas boas verdades para ele.

- Não. - Disse Lana convicta. - Não atenda deixe tocar, ou melhor, desligue e jogue o número fora.

- Jogar fora? – Perguntou sua irmã indecisa.

- Isso. Eu quero que você jogue esse telefone fora. - Falou levantando. - Aliás, vocês não disseram que fariam qualquer coisa que eu quisesse? - Questionou olhando para seus irmãos.

- Sim, mas você não pretende ouvir nossa irmã e me mandar cometer um crime né? - Perguntou seu irmão. - Porque eu juro que se encontrar o Gregory agora não respondo por mim Lana.

- Não, eu não vou pedir isso que faça isso novamente. - Falou tocando na mão do seu irmão. - Eu quero que vocês joguem fora esse telefone e tudo que tiver dentro dessa casa que for do Gregory. Queimem, doem, destruam, façam o que quiserem.

- Isso vai ser divertido. - Falou Carolyne ansiosa. - Amanhã comprarei um chip novo para você.

- Amanhã você vai vender esse apartamento e comprar um novo para mim. - Disse olhando para sua irmã boquiaberta.

- Eu o que? - Perguntou atônita.

- Isso mesmo que ouviram. - Disse virando para seu irmão. - Gael, não quero ficar mais nem um minuto nesse apartamento.

- Irmã, você não está tomando decisões precipitadas, podemos esperar até...

- Eu não quero esperar. Se desfaçam de tudo. Dos móveis, dos eletrodomésticos, do apartamento e principalmente daquela cama maldita. Eu não vou passar mais nem um dia dentro dessa casa.

- Tudo bem. - Disse Carolyne tomando as rédeas da situação depois de um tempo calados. - Gael ligue para nosso hotel e peça um quarto maior, o melhor que tiver e inclua o nome da Lana como hospede, afinal podemos gastar um pouquinho do nosso dinheiro né?! - Falou pegando o seu celular. - Eu vou ligar para minha fornecedora de limpeza e organização de ambientes em Atlanta e encontrar um contato daqui de New York para eles virem limpar essa bagunça. Depois vou pedir para minha equipe disponibilizar alguém para vir catalogar tudo que puder ser vendido e doado. Já vou entrar em contato com algumas corretoras que tenham disponibilidade imediata de colocar esse móvel a venda, dizem que a noite é que encontramos os melhores. Garanto que em três dias eu vendo ele.

- Ela ainda vai dominar o mundo. -Disse Gael pegando seu telefone e ligando para o hotel. - E tudo com um telefone em mãos apenas..

- Obrigada. - Disse Lana olhando para seu irmão.

Assim foi feito. Enquanto Gael seguia com sua irmã para o hotel. Carolyne recebeu uma equipe de limpeza e removeu toda bagunça instalada ali, recebendo em seguida um corretor que atendia 24h por dia na cidade que nunca dormia.

- Obrigada por nos atender tão tarde da noite senhor... Josh. - Disse olhando para o relógio que marcava dez da noite. – Você foi muito bem recomendado por amigos em Atlanta.

- Tudo bem. Já estou acostumado a clientes que só podem me receber esse horário, assim tenho exclusividade e ajudo a encontrar o melhor para eles. - Falou apertando a mão da moça. - Em que posso ajudá-la senhorita Carolyne?

- Certo. Isso é perfeito. Se o senhor conseguir então fazer um pequeno milagre para mim, eu juro que vai ter muito mais clientes este mês do que teve em toda sua carreira como corretor. - Disse convicta.

- E qual seria esse pequeno milagre? - Perguntou o rapaz curioso.

- Vender este apartamento até segunda. - Disse sorridente.

- Pode preparar a lista de clientes então moça - Disse o corretor confiante. - Eu realizo esse milagre até domingo.

- Até domingo? - Perguntou Carolyne surpresa.

- Eu sou o gênio da lâmpada dessa cidade. Se seus amigos me recomendaram é porque sabem que sou o melhor. Agora que tal me mostrar todo o lugar e me dizer o que vai e o que fica.

- Por aqui, por favor. - Falou levando o rapaz para conhecer o lugar.

Quando chegou ao hotel Carolyne estava satisfeita com seu trabalho. Em quatro horas tinha limpado toda a bagunça e sujeira. Cortado, rasgado, picotado e queimado todas as roupas, sapatos e objetos pessoais do Gregory e enviado para seu escritório, o que a deixou extremamente feliz. Organizou todas as roupas de sua irmã junto com seus pertences e mandou para um guarda volumes particular que funcionava 24h e colocara junto com o corretor o apartamento a venda por um preço de mercado bastante justo e competitivo. Entrou no quarto às duas do amanhã e encontrou seus irmãos dormindo abraçados na mesma cama e se emocionou com aquilo. Eles realmente eram uma família unida. Resolveu ir direto para a banheira porque julgou que merecia. Levou consigo o resto do vinho que estava em cima da mesa que seus irmãos e se deixou relaxar.

- Amanhã será um novo dia. - Pensou consigo mesma. - Um novo dia.

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